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Pela Identidade.

                   É com agressividade que vejo que acontece a defesa das identidades.

                   Será que são mesmo as identidades? Ou antes a posse de uma identidade refletida em materiais banais? Nem precisam de ser físicos, às tantas basta algo que dite um caráter minimamente forte e que possa dizer, de forma rápida e atraente, que este ser tem tudo para dominar outro, quando em verdade se trata de mais um dominado pela miragem de possuir um recheio absolutamente repleto de delícias pessoais, fantasias, aventuras, histórias triunfantes, belezas extremamente falsas.  

                     É em incertezas que vejo grandes personalidades tomarem forma.  

                     Através daqueles que se questionam, que se perdem, e que perdendo muito do que lhes foi dado, ou do que foi conquistado, se encontram. Dos que não têm medo de ser o seu investimento, da dilacerante dor e confusão de saber a realidade de estar só. Dos que assumem, finalmente e triunfantes, as suas marcas de água, terra, fogo e ar. Daqueles que não se trancam às palavras pré ditas e criadas para se poderem reger, através de supérfluos momentos de identificação superficiais.  

                   Porque é usada a agressividade como uma ferramenta da defesa? Ou em que casos é? Seria mais correto concluir que se uma defesa é feita pela agressividade, aquilo que se defende não é uma propriedade tão valiosa. Não é? Qual é o fundamento da expressão franzida, da baba cuspida, da voz que se faz doer pra sair da garganta à tamanha velocidade e som? Para ripostar ofensas, calunias, injurias, adjetivos que expressem mais especificamente o facto de que se fez sentir um balanço em relação à identidade em causa? Bem... sim, se o castelo foi feito com areia...

                    Não sei, não percebo.

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